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Elena - domingo dia 04.02 às 19 horas - ENTRADA E LIVRE - TRIBUNA LIVRE CULTURAL

Cinescópio Dez- Janeiro\Fevereiro de 2018

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elena

Julia Maia

 

 

     Elena (2012), longa-metragem de estreia de Petra Costa, é um mergulho nas memórias mais íntimas da diretora. Petra, que além de dirigir também é personagem na trama, se desafia a voltar para Nova York e reconstruir os passos de sua irmã, falecida há vinte anos, numa tentativa de reencontrá-la.

Se envolver e se identificar com a jovem que deixa a família e a pátria e se lança sozinha no mundo em busca de seus sonhos é inevitável. De forma delicada e progressiva, somos inseridos no universo artístico de Elena, e sentimos na pele suas inquietações e seus medos.

      A dura temática do suicídio que envolve o filme é amenizada por uma narrativa intimista e poética, com cenas reais de Elena em suas primeiras experimentações teatrais, trechos de seus diários, fotografias e entrevistas com pessoas que marcaram sua trajetória. Aos poucos, vamos conhecendo Elena sob a ótica de Petra, até que ambas se misturam, se confundem, a ponto de não sabemos ao certo onde começa uma e onde termina a outra.

 

Elena é um filme de muitas nuances e interpretações. Como em Cisne Negro (2010), vemos em Elena uma representação da artista que não aceita senão o melhor, e prefere morrer a se distanciar da arte — expressão da vida. Já em Petra, vemos a irmã que cresceu com um espectro ao lado, e precisa desesperadamente reconstruir seus passos e história, tanto para entendê-la quanto para entender a si e sua posição no mundo.

       Se Petra conseguiu as respostas que procurava, ou sanar a saudade que a mortificava, não sabemos, mas o resultado é um ensaio sobre escolhas, identidade, arte e depressão, materializado em um dos longas mais belos e tristes dos últimos anos.

             

 

 

ELENA

dirigido por Petra Costa;Brasil. 2012 | 90 min.

 

 

Sinopse: Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.

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